A Cynthia é minha cliente e fez o cruzeiro no Alasca com a Disney agora em maio, tinha pedido pra ela fazer um post contando como foi a experiência e ela mandou esse super relato!
Apresentação
Somos um casal com uma filha de 8 anos. Reservamos com a Luciana Misura o cruzeiro da Disney no Alasca de 7 Noites de 23 a 30 de Maio de 2016. Inicialmente nossa idéia era apenas passar alguns dias no Canadá, fazer o Cruzeiro e então voltarmos ao Brasil. Mas este roteiro do cruzeiro acabou sendo estrategicamente inserido dentro de um outro maior, que começou 12 dias antes na Costa Oeste Americana e foi subindo ao Norte até chegar em Vancouver, de onde parte o Wonder rumo ao sul do Alasca.
A viagem pela Costa Oeste Americana apareceu por conta do fato de termos conseguido ótimas tarifas no voo direto de Guarulhos a Los Angeles pela Korean Airlines. De lá até Vancouver, alternamos entre viagens de avião e de trem. Esta última opção nos surpreendeu pela facilidade (sem aquele transtorno todo de check-in dos aeroportos), acessibilidade (estações bem no centro das cidades), conforto, limpeza, preço (ainda que na Business, barato) e as belas paisagens (nos trechos Portland–Seattle; e Seattle-Vancouver). Foi um toque especial do roteiro, certamente. Gostamos tanto que já estou até programando outros roteiros via Amtrak na próxima ida aos EUA. Na volta, como partiríamos para o Brasil de Los Angeles, já assumimos a overdose de Disney e incluímos Anaheim.
A relevância dessa informação é apenas para explicar que foi preciso muita estratégia na hora de preparar as malas, pois levamos muito em consideração o uso otimizado das roupas para diferentes climas (Califórnia seca e quente; Oregon e Washington chuvosos; Alasca frio), a utilização de lavanderias durante duas vezes durante a viagem, o fato de nós não gostarmos nada de ficar carregando peso supérfluo e, especialmente, por eu saber que o eventual espaço economizado na ida significaria espaço disponível para trazer eventuais comprinhas na volta. E a receita funcionou: a dica para mulher é levar 1 casaco para frio intenso (impermeável e acolchoado), 1 casaco mais leve e, no restante, calças jeans, legging e peças leves que possam se sobrepor no caso de esfriar, ou serem tiradas no caso de esquentar, tipo camisetas de malha (manga curta e longa), blusa de fleece, etc. Quanto aos sapatos, nos viramos muito bem com hiking boots e tênis. Apenas para a noite formal no cruzeiro, um vestidinho com uma pashmina nos ombros e sapatos de salto, nada pesado pra não ocupar mala demais. Enfim, não é um bicho de sete cabeças.
Embarque no Porto de Vancouver
Saímos de Vancouver numa segunda feira. Fiz o check-in online umas 6 semanas antes. No site vc escolhe a hora em que quer chegar ao porto, Canada Place. Escolhi embarcar as 13h00, pois assim vc já almoçaríamos no navio. Infelizmente, o processo de check-in no Canada é bem mais tumultuado do que em Port Canaveral. Estavam sendo feitos simultaneamente os check-in de 2 navios além do da Disney. Um deles era o Celebrity Infinity, muito maior do que o Wonder. Apesar da Disney ter um terminal em separado dentro do Canada Place, o número de pessoas transitando nas dependências do porto, usando as escadas, elevadores, carregando malas, etc, formava filas e dava uma certa impressão de tumulto. A entrega das malas era feita antes de se entrar nos check-in de cada Companhia de Cruzeiro. A sinalização para os pontos de entrega das malas não estava muito clara, apenas alguns funcionários que te perguntavam para qual Companhia você iria e te orientavam em que número de terminal de bagagens deixar suas malas. Nesta situação, me deu um certo medinho das nossas malas irem parar no Celebrity! Mas é claro que isso não aconteceu, mesmo porque as tarjetas de malas das Disney, aquelas que nos mandam algumas semanas antes, eram conferidas pelos recepcionistas de bagagem. Estes recepcionistas não te entregam nada confirmando que vc deixou a mala lá. É entregar e confiar! rs…
O local de check-in da Disney é um grande galpão dentro do Canada Place. Sem brincadeira, logo na entrada tinha umas 300 pessoas na fila. Como somos membros Castaway Silver, nossa fila era bem menor (tinha só umas 30 pessoas!). Mas nessa história toda de Canada Place, gastamos pouco mais de uma hora para o processo de check-in (isso porque eu já tinha feito tudo que dava pra fazer pelo site!). Infelizmente quando chegamos ao Navio, por volta de 14h30, os restaurantes (Triton, Parrot Cay e Beach) já tinha encerrado os serviços. Acabamos almoçando lanche no Deck 9 (que tem serviço contínuo de pizza, sandwich, frutas, bebidas, etc). Enfim, fica a dica: saindo de Vancouver, melhor escolher um horário mais cedo, se vc quiser pegar almoço com refeição certinha no navio, pois o processo de check-in pode ser bem trabalhoso.
Cruzeiro no Disney Wonder
Na partida de Vancouver, as 16h30, tem aquela tradicional festa de despedida sail away no Deck 9. No segundo dia, o roteiro é em mar. Mas como a viagem é feita na “Inside Passage”, o tempo todo se margeia as ilhas da British Columbia. O mar é calmo. Muito bonito o trajeto. Ao final do dia, aquela noite de gala onde servem bebidas “por conta do capitão” e as famílias tiram as fotos formais na escadaria do hall.
Glacier Endicott, Alasca
No terceiro dia, o fuso horário muda, ganha-se uma hora, e a atração é o Navio entrar e sair de um estreito em direção a um Glacier. Gasta-se quase 5 horas para entrar nesse estreito. Por volta do meio dia, quando finalmente se avista o Glacier, a Disney inicia um barbecue no Deck 9 onde é servido salmão, frutos do mar, etc, além de outros deliciosos acompanhamentos. Quem quiser curtir o visual do Glacier, almoça por ali mesmo. O charme especial fica por conta do serviço de atendentes que ficam várias horas no Deck 9 circulando com cobertores e bandejas oferecendo chocolate quente, sopinha no pão italiano, etc, tudo incluso. E tem ainda licor irlandês (Baileys) para quem não se esquentar só com chocolate, cobertor e sopa! Esse pago a parte, claro.
O navio fica parado por umas 5 horas neste ponto, dá voltas lentas ao redor do próprio seu eixo (assim todos os quartos, em algum momento, tem a vista pro Glacier) e depois, inicia-se a volta de saída do estreito. O diferente no nosso dia foi que, apesar do roteiro prever que visitaríamos o Glacier Tracy Arm, o capitão optou por entrar num canal mais ao Sul em rumo a um Glacier bem maior que o Tracy Arm devido a presença de muitos blocos de gelo na entrada daquele canal. Então, acabamos conhecendo uma geleira diferente da prevista, a Endicott! No trajeto, porpoises (que são uns golfinhos pretos), águias e leões marinhos apareceram descansando sobre os gelos flutuantes. E ao longo do dia, eles “resgataram” um bloco de gelo e expuseram no Deck para que as crianças pudessem ver e tocar neste gelo de dezenas de anos! Parece bobeira, mas elas adoraram!
Porto de Skagway, Alasca
No quarto dia iniciamos então as paradas. O primeiro porto foi Skagway. Lá o navio fica por mais de 13 horas. É o dia mais longo em terra. Skagway é um cidadezinha antiga de pouco mais de 1000 habitantes, conservando aspectos arquitetônicos da época da corrida ao ouro do final do século 19. Essa “corrida” inicialmente era feita a pé pela rota Klondike a partir desta cidade rumando ao Norte. Incrível ver fotos da época! O que as pessoas não faziam por uma pepita! Algumas décadas depois, construíram uma estrada de ferro chamada WhitePass. E é essa ferrovia, hoje em dia, o maior atrativo turístico do local.
Em Skagway compramos um passeio com a empresa Chilkoot e adoramos! Pontual, atenciosa, excelente guia. O roteiro nos levou de ônibus por vários pontos de paisagens incríveis na borda do Alasca com o Canadá, chegamos até a uma cidadezinha no Yukon (portanto, nesse passeio vc tem que levar passaporte, tem um guarda da imigração que entra no ônibus para checar se tá tudo certo). Na volta, após o almoço típico em Yukon, descemos de trem pela WhitePass. Cenários incríveis! Valeu cada centavo.
Porto de Juneau, Alasca
No quinto dia aportamos em Juneau. Era 27 de maio e estava tão ensolarado que a guia brincou: “não se preocupem, já acionamos o FBI pra iniciarem as investigações sobre o que é aquele objeto gigante amarelo-brilhante no céu”! Sem brincadeira: 19 graus e céu claro! A criançada aproveitou a piscina no final da tarde (na realidade noite, já era umas 19h00; O Sol estava se pondo por volta das 23h00).
Em Juneau, fizemos o passeio pela empresa Wings Airways. Embora eu tenha reservado independentemente uns 4 meses antes, é a mesma empresa que a Disney utiliza. Sobrevoamos de hidroavião por 5 glaciares e após 30 minutos descemos ao lado de um destes, o Glacier Taku, onde tem um Lodge em que nos recebem muito bem, contam estórias do lugar (cabana de caçadores no passado) e servem um delicioso almoço com Salmão Branco do Alasca (o original! Rs…). De lá a vista do Glacier Taky é fenomenal. Tem uma mata de pinheiros e musgos linda! E pra coroar, a gente pode flagrar ursos negros passeando no quintal do Lodge! O hidroavião leva 10 pessoas. A empresa tem 5 aviões e são somente 5 viagens por dia. Portanto, reservas tem que ser feitas com antecedência mesmo. O vôo balança bastante. Para os mais sensíveis, melhor não exagerar no café da manhã e tomar um Dramamine antes…
Após umas 2 horas em terra, voamos de volta para Juneau. A cidade em si é mais agitada do que Skagway, mas ainda assim, nem parece a capital. Pra quem fica na cidade, tem opções legais também, a mais famosa é o passeio no teleférico. Mas depois de sobrevoarmos 5 glaciares, o teleférico ficou “baixinho”! Voltamos pro navio pra aproveitar a festa Frozen (Freezing the night away).
Porto de Ketchikan, Alasca
No sexto dia, a parada é em Ketchikan. O navio basicamente “estaciona” numa das ruas, de tão perto que a doca fica da cidade! Fica parecendo um condomínio Disney, cujas janelas dão pra uma das avenidas da cidade. É a cidade mais chuvosa de todo o Alasca. Então, já sabe, vá no espírito! Felizmente, nesse dia só pegamos chuviscos que vinham e voltavam, sem muito transtorno. Pela manhã, assistimos a um show de Lumberjacks (madeireiros). O show não é assim grande coisa. Pra quem já assistiu aos Lumberjacks da Grouse Mountain em Vancouver, vai ficar bem decepcionado porque não tem o mesmo nível de desafios, de performance “artística”. O show em Ketchikan é menor, mas é típico e diverte! A tarde, comprinhas e de volta pro navio pra aproveitar as atividades!
Atividades e atrações no Disney Wonder
O penúltimo dia é todo em mar. Mas como sempre, cheio de opções. Por falar em atrações, neste roteiro tivemos o excelente casal de ilusionistas Kyle Knight & Mistie, o mágico Dave, o performista e comediante Michael Holly (muito engraçado mesmo!). Todos estes fizeram apresentações para famílias e depois com contéudo só para adultos. Teve também o ventríloquo Michael Harrison (eu achei meio “mala”, mas a minha família riu muito! Então valeu!). E de atrações diferentes, assistimos a première do filme Alice Through the Looking Glass no dia 26, e assistimos a série de palestras dadas por um Professor Naturalista da Universidade de New Hampshire sobre as geleiras, a fauna, árvores do Alasca, etc. O legal era que, ao longo do dia, havia algumas chamadas onde este professor entrava no áudio para comunicar algo de interessante que podia ser visto naquele instante. Assim, quem estava nos Decks podia fotografar (ex. grupo de golfinhos, uma baleia, urso na margem, águias, etc). Os shows musicais também foram muito bons, com destaque para o Golden Mickeys no penúltimo dia, com figurino novo.
Cabine no Disney Wonder
Em relação à cabine, foi a primeira vez que pegamos sem varanda. E vou dizer: adorei e não volto mais a perder dólares com a varanda! O espaço interno é bem otimizado e a janela de bom tamanho. E pro cruzeiro no Alasca, varanda não fez falta nenhuma! Todo mundo fica mesmo é nos Decks altos no dia do Tracy Arm, aproveitando o frio, os mimos de sopinha, chocolate…
Comida no Disney Wonder
Em relação ao restaurantes, tudo conforme padrão Disney. Muito bom. Mesas pré-reservadas. Tinha até o kit “kids menu + lápis coloridos” e um copo “personalizado” com o nome da minha filha já esperando por ela no seu lugarzinho.
No dia da entrada fui ao Deck 3 e reservei gratuitamente um café da manhã com personagens (que foi no Animator’s Palate), um Meet & Greet com as princesas de Frozen (também no Animator’s) e a sessão de fotos com as princesas. Enfim, tudo como sempre bem organizado.
Como foi o Fish Extender
Foi bem legal também participar pela primeira vez do Fish Extender. Minha filha curtiu sair no segundo dia distribuindo as lembrancinhas. Mas curtiu mais ainda a sensação de chegar a nossa cabine, ao longo dos dias, e sempre ter algum presentinho esperando por ela. A gente ganha muita bobeira, mugs, guloseimas a dar com pau, dá um certo trabalho acomodar na mala (especialmente para mim, que já disse o que penso de carregar malas!), mas a felicidade dela compensou o peso extra. Os enfeites de porta foram feitos pela Luciana.
Conclusão
Pra fechar, minha filha também adorou participar da caça às pistas publicadas nos Navigators ao longo de 3 dias (Anna’s Chocolate Chase) pra no final receber barras de chocolates de Frozen. Também aproveitou bastante as atividades do Oceaneer Lab e do Oceaneer Club. Reservamos o segundo horário de jantar e, todas as noites, as 21h15, o pessoal da recreação passava no restaurante pra buscar quem quisesse ir. Ela não via a hora e se mandar e lá ficava até fechar! Assim os adultos aproveitam com calma o restante do jantar. No penúltimo dia, as crianças fizeram uma apresentação musical para os pais no Walt Disney Theatre. Ela adorou participar. Adicionalmente, achei a equipe de recreação muito mais dedicada nesse roteiro: no dia do Tracy Arm (que virou Endicott Arm), o clubinho subiu para brincar no Deck 9, de onde as crianças puderam apreciar também a vista. As brincadeiras foram na quadra de basquete. Todas as noites a minha filha recebeu na cabine uma cartinha escrita especialmente para ela (assim como imagino que fizeram para outras crianças) convidando-a para uma atividade no dia seguinte e dando o nome específico de uma das recreadoras (no caso dela, o Andrew do Canadá e a Andrea, de Portugal). Ela se sentiu muito valorizada! Ganhou também uma boneca Elsa de uma das atendentes do Guest Service (Jo, do Mexico). Fui lá agradecer, ver se precisava pagar, etc. Não precisava. Aí eu perguntei o porquê do presente (afinal, quando a esmola é demais o santo desconfia…rs..) e a Jo respondeu: “porque sua filha é uma menina muito especial! Nós costumamos fazer isso algumas vezes”. Gente, tem como não se apaixonar pela Disney, né?? Fidelizou uma cliente pelo seu ponto fraco: o coração!
Fizemos a reserva do placeholder pro próximo cruzeiro já no terceiro dia, sem qualquer fila. Quem deixa pro penúltimo dia pode passar mais de 1 hora na fila. Agora vamos pensar pra onde iremos nos próximos 2 anos; Até lá a Luciana vai me dar uma idéia, tenho certeza!
Obrigada, Cynthia! Não vejo a hora de fazer o meu cruzeiro no Alasca ano que vem! 🙂 Quer fazer um cruzeiro Disney no Alasca? Peça o orçamento agora mesmo.
Andrea Terra says
Cynthia, adorei seu relato. Fizemos o mesmo Cruzeiro, mas não lembro de ter visto vocês lá. Nossos passeios foram complementares! Muito legal! Abraços, Andrea
Cynthia says
Haha…normal, Andrea!. Muita gente pra dar conta de memorizar, né ?